A sociedade humana e a natureza são os elementos fundamentais para a construção e a transformação do espaço geográfico. Afinal, a natureza é a fonte original de tudo que existe e a sociedade humana transforma essa natureza, formando uma segunda natureza. Assim, por meio do trabalho, as pessoas estabelecem relações entre si (o trabalho é uma atividade social) e com a natureza. Por isso dizemos que o homem produz o espaço geográfico.
O espaço geográfico dos dias de hoje é mundial, entretanto, esse espaço se configura de maneira diferenciadas nas diferentes partes do globo. Isso se deve principalmente:
1- Tempo – com o decorrer do tempo, o espaço geográfico vai se modificando de acordo coma dinâmica da própria sociedade. Isso ocorre em todo lugar, podemos citar como exemplo a cidade de São Paulo;
2- Desigualdades sociais – As desigualdades aparecem com clareza no espaço geográfico, afinal ele retrata a sociedade, portanto, já que vivemos em uma sociedade desigual, dividida, o espaço mostra-se com áreas desiguais. Essa desigualdade se apresenta em nível local e, principalmente, em nível global.
3- Nível de desenvolvimento técnico – no decorrer de toda história, a ação humana sobre a natureza sempre foi uma característica nos mais diversos grupos sociais, no entanto, até o século XVIII essas transformações não eram tão intensas e irreversíveis, mas com a Revolução Industrial, a natureza passou a ser profundamente modificada, sendo essa Revolução um marco na mudança nas relações do homem com a natureza, o homem passou, a partir de então, a realmente construir o espaço geográfico. A Revolução Industrial, entre outros fatores, representou a mudança da técnica para a tecnologia.
A atividade industrial é a que mais profundamente modifica o espaço geográfico. Com a Revolução Industrial, a indústria moderna vem substituir o artesanato e a manufatura.
Do ponto de vista político econômico, podemos considerar três modelos de industrialização: a clássica, ou original, ou seja, aquela típica dos países desenvolvidos, iniciada no século XIX, na Inglaterra, sendo a primeira Revolução. A planificada, ou seja, aquela ocorrida já no século XX, nos países denominados socialistas. E a tardia, periférica, ou retardatária, ou seja, aquela ocorrida historicamente atrasada, principalmente no século XX, nos países subdesenvolvidos (como é o caso do Brasil). A Revolução Industrial tardia difere das outras duas revoluções por diversos motivos, entre eles podemos citar a utilização de capitais e tecnologias estrangeiras e o desenvolvimento das indústrias de bens de consumo como base da industrialização.
E, do ponto de vista da complexidade tecnológica, a Revolução Industrial pode ser dividida em três fases: a Primeira (utilização de bases técnicas simples, ocorrida até o século XIX, sendo a Inglaterra a grande potência), a Segunda (utilização de bases técnicas mais complexas, ocorrida até 1970 e, em alguns casos, perdura até os dias de hoje, sendo os Estados Unidos a grande potência) e a Terceira Revolução Industrial (também denominada de revolução técnico-científica, utiliza bases técnicas altamente sofisticadas e está se desenvolvendo neste século, tendo o Japão e os Estados Unidos como duas grandes potências).
Na primeira e na segunda fase da revolução industrial, a procura por mão-de-obra barata e desqualificada, como também de matérias-primas era imensa, no entanto essa já não é a realidade da terceira fase, que vai substituindo ao máximo essas antigas necessidades por tecnologia. Nessa nova fase, são as pesquisas científicas e tecnológicas que são valorizadas. Assim, diminui-se a importância da natureza abundante e valoriza-se a ciência e sua base que é a educação.
Por causa da importância da ciência e da tecnologia, hoje as novas regiões industriais (também chamadas de tecnopolos), aquelas de tecnologia de ponta, não se localizam mais nas áreas onde existem matérias-primas, como ocorria nas velhas regiões industriais; atualmente elas se encontram principalmente nas proximidades de importantes centros de pesquisa e de ensino universitário. Algumas vezes, há uma coincidência entre a localidade das velhas e novas regiões industriais, mas não é a matéria-prima, nem mesmo o mercado consumidor que condiciona dessas regiões, mas sim os centros de pesquisas.
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